quarta-feira, 19 de janeiro de 2011


Anjo Perdido.
Sou aquele que vive entre as ruínas do templo e ando sobre a face da terra desde sempre.
Sou aquele que existe bem antes do tempo ou do fogo, da água, da terra ou do vento.
Sou teu reflexo no espelho, o pó sob teu joelho quando, prostrado, me adoras.
Sou o pior do que trazes contigo, sou a dor de não ter amigos, sou a morte pela qual esperas...
Não podes me ver, mas estou aqui.
Desejo teu corpo, tua alma, teus desejos, teus sonhos, tua calma, a paz que procuras, encontrarás em mim...
Ando por tuas ruas destruídas pelo pecado: fome, morte e doenças são meus legados.
Amo a hipocrisia dos homens e também a tua, sorrio ao te encontrar caído: te estendo a mão, sou teu amigo, o único, na verdade.
Venha, te quero, fica comigo, a escuridão será tua casa por toda a eternidade.
E quando o dia se faz noite, e quando as estrelas caem do céu, e quando o grito de desespero se faz ouvir...
É que a hora, vem de fechar os olhos e dormir.

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