"Não me alimento de quases. Não me contento com a metade. Não serei sua meio amiga e nem te darei meu quase amor. É tudo ou nada. Não existe meio-termo." Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Menina na Lua
A menina perdida na lua
Chorava sua solidão astral.
Veio então a Estrela D’Alva
E deu-lhe de presente
Roca para fiar.
A Aurora de róseos dedos
Fios tênues de sol lhe cedeu
Para que com eles ela pudesse bordar.
Então o rosto da solitária menina
Iluminou-se de raios de luar
E ela pôs-se a desenhar
Filigranas, mosaicos, mandalas
E na roca começou a traçar
Tramas, tranças, fios de ouro
Que se multiplicaram, multiplicaram
E longamente se alongaram, formando
Sedosa colcha para se aninhar.
Embalando, aquecendo, envolvendo
Seu frágil corpo tão alvo e gélido
Até que a vistosa malha
Contornos definidos tomou
Emoldurando rosto suave de princesa nórdica
Cujos olhos profundos
Passaram então a velar seu sono conturbado
E a menina pôde enfim voltar a sonhar.
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