terça-feira, 31 de maio de 2011

Decifra-me







Decifra-me...
Devora-me...


Seja
o senhor de mim!


Torne-se
o dono de meus mais insanos
desejos.

Possua-me...
nua, inteira, fêmea ‘toda’
tua.





















É
um tal querer que me ‘domina’
...
É
um tal desejo que me
alucina.


Na
boca escorre a saliva que te
deseja...
Na
pele os arrepios que te
almeja.


Fêmea
no cio, insana, profana...
A
Luxúria em mim é tão soberana

AMANHÃ





SE AMANHÃ O QUE SONHEI NÃO FOI BEM AQUILO,
EU TIRO UM ARCO-IRIS DA CARTOLA,
E

REFAÇO

COLO

PINTO

E

BORDO

PORQUE A FORÇA DE DENTO É MAIOR .

MAIOR QUE TODO O MAL QUE EXISTE NO MUNDO.

MAIOR QUE TODOS OS VENTOS CONTRÁRIOS.

É MAIOR PORQUE É DO BEM.

E NISSO , SIM, ACREDITO ATÉ O FIM!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

MULLHER


Às vezes me pergunto por que a vida moderna consegue ser tão atraente e tão cruel conosco. Não sei se ser mulher é mais difícil ou se a velocidade da vida na era tecnológica tem sido pesada e dura com todos os seres humanos. Continuo pensando que, com as mulheres, a coisa ainda é mais desafiadora, interessante, empolgante, mas também cruel e pesada.

Acho que estou numa fase de muito cansaço, muito trabalho e muitas pendências. Claro que isso acompanhado de muitas conquistas também, mas…quando bate a canseira.

Ser mulher é ótimo, mas é difícil aliar e conseguir levar todos os sonhos juntos:

1-ser uma profissional de sucesso;
2- uma mulher linda, sexy e atraente;
3- ter saúde e beleza;
4- manter a pele jovem e sedosa;
5- cabelos brilhantes;
6- manter as unhas bem feitas
7- ser articulada e inteligente;
8- construir um relacionamento gostoso, prazeroso e saudável;
9- ser mãe dedicada;
10- saber envelhecer;
11- ter momentos de lazer;
12- conseguir dar conta do trabalho e ainda escrever, publicar, se lançar no mercado;
13- construir um casamento gostoso e feliz;
14- conseguir dormir ao menos 8 horas por dia;
15- acordar bem disposta e descansada;
16- dar conta de alimentar meu blog;
17- escrever artigos;
18- estudar;
19- fazer pós-graduação;
20- entregar trabalhos no prazo;
21- fazer cursos de atualização;
22- manter-me tecnologicamente atualizada;
23- comer bem;
24- beber muita água;
25- manter meu intestino funcionando;
26- menstruar todo mês;
27- entender que meu corpo tem limites;
28- aceitar o cansaço mesmo quando preciso de mais força;
29- superar as alergias e as conseqüências do estresse;
30- conseguir ler todos os livros que quero;
31- conseguir ler todas as revistas que quero;
32- dar conta de ler os jornais;
33- ter tempo para conversar com meus pais;
34- ter tempo de andar no shopping;
35- ter tempo de ir à praia e andar descalço na areia;
36- ser feliz;
37- ai, ai… e tudo o mais que envolve nosso mundo feminino!

Retrato de Mulher




Seu velado sorriso fertiliza
a paisagem estéril ao fundo
de seus olhos insinuantes
agitam meu oceano libídico.

A ausência de rosas, dálias,
papoulas, margaridas…
de flores não afasta de você
a primavera, mesmo após várias luas.

O retrato perde-se na moldura,
mas a mulher é o abismo de aromas,
corredor presente de vôos possíveis
onde debilmente macho
tateio meu futuro infantil.

Em suas fontes, matas,
montes e curvas de além-mar,
dedilho, navegante, a música de
toda minha existência.

Teu corpo claro e perfeito (Manuel Bandeira)






Teu corpo claro e perfeito,

Teu corpo de maravilha,
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha…

Teu corpo é tudo o que cheira…
Rosa… flor de laranjeira…

Teu corpo, branco e macio,
É como um véu de noivado…

Teu corpo é pomo doirado…

Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume…

Teu corpo é a brasa do lume…

Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes…

É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Quem em antigas se derrama…

Volúpia da água e da chama…

A todo o momento o vejo…
Teu corpo… a única ilha
No oceano do meu desejo…

Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira…
Rosa, flor de laranjeira…

Quero fazer uma confissão…


Quero fazer uma confissão esta noite
porque a noite e a rua foram jantar juntas.
Quero dizer que amo uma mulher
cujo corpo não me dá
o seu calor esta noite,
cuja ausência é um ronsel laranja.
Quero dançar com minha sombra
para que o seu rumor chegue até ela
e ela saiba que eu lhe dou a noite,
toda senhora.
Quero escrever coisas que não se esvaeçam
com o sol,
que a chuva as faça flores
que cheirem a ela.
Quero que as minhas mãos voem,
voem em silêncio
onde ela guarda os seus sonhos…
sonhos que me pertencem
porque eu lhe pertenço.
Quero que ela fique, fique sempre,
quero ser a sua voz
quero ser o seu sorriso verde,
quero ser a sua chuva no cabelo,
quero amá-la mais do que ninguém
ama ninguém.
Quero dizer-lhe, aqui e agora, que a amo
com a minha voz baixa,
com o meu ar de outono lento,
com o meu sabor de beijos possíveis.
Quero que os pássaros sejam
os meus mensageiros de saudade.
Quero que o mundo comece quando ela vir.
Quero sonhar acordado com o seu tacto entre as
minhas mãos
a percorrer ela em silêncio o meu peito
e acordar com ela junto de mim,
calada e doce.
Quero só eu dizer-lhe sentimentos
que aceleram o coração,
o seu coração apaixonado,
eu gosto da sua timidez.
Quero nadar na sua boca sem horizontes.
Quero os versos todos do planeta
a falarem dela,
versos curtos de violetas,
versos firmes de cravos,
versos perfumados de rosas.
Quero suster os seus pés no ar
e trazer ao seu peito gaivotas fiéis


Autor Xavier F. Conde

Minha mulher




A minha mulher
tem mistério insondável,
recato impenetrável
aos olhos voyeurs.

A minha mulher,
tem uma nudez invisível
e um olhar transparente
só para o que quer.

A minha mulher
tem o encanto das fadas
e a magia das bruxas
quando estamos em nós.

Ela sabe fazer-se inteira
nunca está em pedaços
sabe todas perícias
atar e soltar nossos nós.

Nela, o meu corpo presente
é mais do que tudo,
do eterno, um estudo,
quando estamos a sós.

Ela tem a magia dos celtas,
obtém a têmpera correta,
de traz-nos o instante
de toda eternidade.

Ela tem o erotismo dos anjos
o silêncio dos sábios
ao dizer o que é
ser a minha mulher

VIAGEM AO TEU CORPO




E de repente, o teu corpo maravilhoso e nú,
cheio de desejos, o teu olhar me chama,
fogo que me acende, nessa fogueira do amor,
e que me pego ao teu lado, no calor de nossa cama,
Ah! A minha viagem começa em teu olhar,
tanta ternura nos olhos e que se fecham aos poucos,
palavras de amor ao pé de teu ouvido,
carícias plenas, beijo o teu pescoço,
então meus lábios se deslizam em teu corpo,
arrepiado em si e me deixando louco,
então navego em tua pele macia,
até me deparar com aquela maravilha,
até me deparar com o mais íntimo de teu corpo,
lá estava tudo o que eu queria e tudo eu podia,
e na explosão de teu corpo, na minha boca o teu gosto,
e o nosso clima se mantem,
em deslizante vai e vem,
em delirante entra e sai,
onde pedimos mais, onde o amor se faz,
nessa viagem alucinante, onde eu te quero a todo instante

EU NÃO ME ESQUEÇO




Eu não me esqueço,
Daquela noite em que nos amamos,
As nossas juras ao pé do ouvido,
Olhos nos olhos, tudo possível,
E de repente nos entregamos,
Teu cheiro exalado por mim,
Teu corpo arrepiado, um desejo sem fim,
Corpos abraçados, roupas de lado,
Almas despidas, corpos na cama,
Um beijo, um sussurro, o amor nos chama,
Não se perdeu um único detalhe,
O meu corpo coladinho ao teu,
E a chama do desejo nos invade,
Meus lábios deslizaram sobre a tua pele,
Meus lábios deslizaram no mais íntimo de você,
Teus olhos fechados, teus dentes cravados,
Era tanto amor, misturado ao prazer,
Nos invadimos e nos pedimos mais,
Naquele vai e vem, naquele entra e sai,
Tudo se foi além demais,
Os nossos corpos tremeram tanto,
Que eu não me esqueço,
Daquele momento em que explodimos em nós.

MEUS PENSAMENTOS




Ah! Meus pensamentos,
Neles, tudo eu posso,
Posso te dar todo o meu sentimento,
Faço e aconteço, neles, jamais te esqueço,
Você não precisa estar aqui, para que eu possa te sentir,
Fecho assim meu olhos, então te vejo,
Tão lindo, tão nu e só pra mim,
Durmo em teu corpo, contigo eu amanheço,



Faço amor com você, faço você tão feliz.
Ah! Menino!
.... mente atrevida!
Na qual me entrego por inteiro,
Na qual te dou a minha própria vida,
Você se derrete em minha pele
Para que sejamos um só corpo,
Você me invade, e se faz e acontece,
Você me devora e quer tudo de novo,
Vem amor, tão gostoso e perfumado,
Vem pra mim de dia, fica aqui de madrugada,
Pois em meus pensamentos, tu sempre serás amado,
Pois em meu sentimento, quero você e mais nada.

TE OLHANDO




Hoje eu acordei,
Olhando pra você tão linda,
Então me levantei e outra vez te olhei,
Deitada, nua e adormecida,
Doce tentação,
Fiquei alí então, parado te olhando,
E me lembrando da noite passada,
Onde o amor, se fez em nós,
Onde molhamos os nossos lençóis,
De tanto amor, tanto suór,
Estávamos sós,
E o desejo a se prevalecer,
Você pediu e eu te dei,
Você me quis e eu te amei,
Amei desesperadamente,
Como se aquele momento fosse o único,
Gritos de amor e um vai e vem freqüente,
Beijos ardentes, gemidos e sussurros,
Não dá pra te tirar da mente,
Mesmo estando assim tão linda,
Vista aos meus olhos, nua e adormecida,
Maravilhosa em minha frente,
Eu tinha que sair,
Sair pra trabalhar,
Mas parado, olhando pra ti,
Eu decidi ficar,
Pois meu amor é intenso,
E quis novamente naquele momento,
Ao teu lado ficar e todo amor poder ter

FELINA



Mostre-me tuas garras,
Vem amor! Me arranha,
Esse desejo que assim, nos invade,
Minha vontade de ti é tamanha,
Estou no tapete da sala,
Com o meu corpo esticado na cama,


Vem meu amor e me abraça,
Vem minha fera, me beija e me arranha,
Estou a um passo de tuas entranhas,
Me beija na boca, me bate, me assanha,
Pois sou tua presa, pois tenho tua carne,
Devora gostoso, me invade, me ama,
Sinta meu cheiro de homem em teu faro,
Lambe minha pele, morde minha orelha,
Bobagens ardentes de amor, eu te falo,
Te abraço bem forte e cravo os teus dentes,
Me venha felina, te quero só minha,
E deixa tuas marcas de unha em minhas costas,
Me venha selvagem e tão feminina,
Fazer o que um macho e uma fêmea mais gosta,
Tua vontade é selvagem,
Meu desejo te assanha,
Sou tua caça, com a pele despida,
Vem minha felina! Me agarra, me arranha.

AMOR GOSTOSO


Quando eu te beijo,
Algo te arrepia a pele,
Arrepiando assim teus pelos,
Algo assim tão lindo a te fechar os olhos,
Assanha teus instintos, desvenda os teus segredos,
Tudo te fascina, tudo te domina, quando eu te beijo,
Quando eu te olho,
Algo assim, te chama para mim,
Algo tão profundo que assim desperta em ti e eu adoro,
Algo assim, convidativo,
Versos, vejo em teu sorriso,
Fome de ti, e assim eu te devoro,
E te devoro linda e nua com meus olhos,
Quando eu te olho,
E se te abraço,
Um fogo há de arder teu corpo,
As tuas mãos me acariciam e que me deixa louco,
Suave desejo a que nos guia,
É tanta sedução, na qual se amar, pra mim é pouco,
Quando o amor te faz,
Sussurros e gemidos são ouvidos,
Palavras de carinho ao pé do ouvido,
Amor gostoso assim, queremos mais.

Sem pedir licença



Sem pedir licença; levar-te-ei até à cama…
Tocar-te-ei em todo o teu corpo e te possuirei…
Vou te deixar com uma enorme sensação de cansaço, e entrega total…
Lentamente vou te fazer sentir arrepios, fazer-te suar profundamente!
Deixar-te-ei ofegante, tirar-te-ei o ar…
E a tua cabeça pulsará…
Da cama não conseguirás sair!
E quando eu terminar, irei embora sem me despedir, com a certeza de que voltarei!

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Autor: Luiz A.P.Nilo 26/12/2000


Hoje ao acordar pude perceber
que depois que te toquei
fiquei viciado em você
o sabor da tua boca,
teu perfume, teu calor
o teu jeito carinhoso
todo meu corpo acostumou
a só sentir prazer
quando tocado por você

Até tua timidez, quem diria
me deixou paralisado, embevecido
ao avermelhar tua pele macia,
o teu olhar esquivo, e as vezes decidido
aos teus pés me derrubou, vencido

E agora estou aqui
sonhando com teus carinhos
nesta necessidade maravilhosa
de ter você bem pertinho
do meu peito apaixonado
por este divino suplício
e gritar num verbo rasgado
que você é o meu vício

Sensualidade



Quero no Teu Corpo do Sul ao Norte,
o Morango Percorrer,
e no Sopro de Boca a Boca,
o Seu Sabor Beber...



Prende Suave os Dedos no Corpo,
Acende-me o Desejo,
Vou-te Deixar Quase Morto,
no Vermelho do Beijo...


Dedilha sem Medo,
Desliza nas Curvas,
Desvenda-me o Segredo,
Enquanto me Desnudas...


O Teu Amor no Corpo Fura,
os Gemidos no Ar,
Feitos de Loucura,
neste Passear...


Sou Tua no Luar,
a Escada do Sentir
Delicia-te no Doce,
não o Deixes Fugir...


No sopro de Boca a Boca,
O Morango a Escorrer,
Deixa a Mente Louca,
Com o Seu Beber...

Escorre-me o Sabor,
Que Tanto Sabe a Amor...

Na Superfície do Tocar,
Fogem Palavras de Loucura,
Geme o Olhar,
Na Paixão que Perdura...

Quero-te, MULHER !!!


Quero-te, MULHER, nas minhas entranhas,
Rasgando véus, vazios, fidelidade!
E quero ser o ser com que te assanhas
Em cama aberta e sem solenidade.

Quero-te, mulher, pelo teu corpo adentro
Num cavalgar contínuo e castigado
Por essa dor que possa vir ao centro
De qualquer culpa em mim descarregado.

Quero-te forte em braços e torturas,
De incêndio feito se queimando em mim.
Quero incitar- te à todas as loucuras,

E a todas elas tu terás meu "sim".
Neste meu ventre cálido às escuras,
Aranha Fêmea, encontrarás teu fim.
- às inclementes aranhas machos -

... .. ...!!!

Desejos Trancados:



Que se procriem em mim os santos diabos

Que nasçam e que morram para tornar a viver meus

desejos trancados...

Pois que a noite senhora da lascívia traz com ela a

saudade de teu corpo de teu cheiro, de tua boca úmida

ávida de beijos...

Tua língua inquieta perpassa meu intimo

Devora minha carne, devassa minha alma

Desliza teus dedos por minha pele

Marca em versos nossa historia

Meu corpo é tua tabua, meu sangue tua tinta minha

vontade tua escrava Teu prazer... ...meu maior troféu

PÉROLAS


PÉROLAS BRANCAS OU NEGRAS
SÃO PÉROLAS, DE RARA BELEZA...
DEVERIAM TER MUITAS CORES
AFINAL O MUNDO NÃO É NUBLADO
É COLORIDO, NADA PARDO...

AS MINHAS PÉROLAS SÃO BRANCAS
AS TUAS NEGRAS, MAS NADA DISSO IMPORTA,
AS PÉROLAS SE ENTENDEM NA MESMA CONCHA...
FAZ-SE UMA MAGIA!
E AS PÉROLAS SE UNEM, SE FUNDEM...

PÉROLAS DE POESIA
PÉROLAS DE PRAZER
PÉROLAS QUE NOS FAZEM NADA TEMER...

AS MINHAS, RELUZEM COMO O DIA,
AS TUAS, SÃO COBERTAS DE ESCURIDÃO,
MAS AS DUAS, FUNCIONAM MUITO BEM JUNTAS,
NO CLIMAX DESSA PAIXÃO...

PÉROLAS DENTRO DA CONCHA
O MAR POR TESTEMUNHA
O SOL NO HORIZONTE
PÉROLAS MINHAS E TUAS...

Triunfo - Charles Chaplin


Cada um tem de mim exactamente o que cativou,
e cada um é responsável pelo que cativou,
não suporto falsidade e mentira,
a verdade pode machucar, mas é sempre mais digna.
Bom mesmo é ir a luta com determinação,
abraçar a vida e viver com paixão.
Perder com classe e vencer com ousadia,
pois o triunfo pertence a quem mais se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.
Eu faço e abuso da felicidade
e não desisto dos meus sonhos.
O mundo está nas mãos
daqueles que tem coragem de sonhar
e correr o risco de viver seus sonhos.

A vida me ensinou... - Charles Chaplin


A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;
Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;
Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;
Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.
A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;
Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;
Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;
A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordado;
A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;
A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;
A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;
A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;
Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi,
e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar,
lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Quando - Chaplin


Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância,
eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar. Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional,
não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é...Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente
e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo
tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo,
mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.

Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável...
Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer
grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e,
com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro.
Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é... Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é... Saber viver!

Esforços - Chaplin


"Se um dia tudo lhe parecer perdido,
lembre-se de que você nasceu sem nada,
e que tudo que conseguiu foi através de esforços
e os esforços nunca se perdem,
somente dignificam as pessoas.”

terça-feira, 24 de maio de 2011

Meu amor não tem cor, mas é amor




Meu amor não tem cor,
e é amor.
Amor na concepção da aplavra
que não teme nada
e tudo enfrenta
e a cada dia, no meu peito, aumenta...

Vai além da pele
da derme, da alma
e não se repele
se completa
de forma direta e nada indiscreta,
Meu amor não tem cor, e é amor...

Amor que ilumina minha vida
que me faz seguir em frente
torna opaco o passado
ansioso o futuro
e alegra o meu presente
meu amor não tem cor, e é amor...


Meu amor que te chama
clama
te pede, me inflama
queimando meu interior
provoca na alma calor
Meu amor não tem cor, e é amor...

Não se importa com modismos
enfrenta qualquer racismo
e luta com tenaz preserverança
é pura esperança
Meu amor...
Alma negra de pele preta.

E assim
nossas peles semisturam
nosso sangue, nossa historia
juntos somos mais do que memória
formando assim um novo ser
a Negra Branca Victoria...

Se Deus quer assim
eu pra você e você pra mim
e meu coração não escolheu a coe
quer somente você amor
e contra isso eu não luto
que seja a branca negra Victoria
de nosso amor, o nosso fruto.

Entâo discutir raça, cor e crença
ou qualquer diferença
tudo torna-se em vão
perde-se a razão
quando nosso amor é o assunto
quem manda e o coração
e não adianta impor
pois, meu amor não escolheu a cor,
e é amor

E podem não gostar
até nos criticar
e atirar a primeira pedra,
mas o amor não tem regras
normas ou constituição
Quando atinde a alma
quem domina é a paixão,
não há nada que se faça
ele não escolhe a raça
E hoje em estado de graça
algo que não sinto a anos
Amo você Luiz

E nesta hora eu agradeço
este amor sem regra e nem preço
e além de mim outra pessoa
também fica em estado de gloria
nossa esperada e amada filha
a branca negra Victoria...
Negro arcanjo

Permita-me, arrepiar-te




Permita-me, arrepiar-te
permita-me fazer sua pele suar
permita-me despertar
teu desejos
permita-me fazer-te
perder os sentidos
permita-me ouvir teus gemidos
permita-me ser devasso
permita-me tudo que faço
permita-me que eu te desfaleça
permita-me e isso não é promessa
permita-me em uma noite inteirinha
permita-me ser pura e simplesmente
sua...

A felicidade é um jeito de viver


A felicidade é um jeito de viver.
Não curta somente a calmaria, aproveite a tempestade.
Tudo enriquece a vida.
Ela não pode ser vivida somente dentro de uma casa,
a vida tem que ser experimentada dentro do Universo.
A felicidade é um jeito de viver,
é uma postura de vida,
é uma maneira de estar agradecido a tudo,
não somente ao sol, mas também à lua,
não somente a quem lhe estende a mão,
mas também a quem o abandona,
pois certamente nesse abandono
existe a possibilidade de descobrir a força
que existe dentro de você.

Sem meio-termo - Marilyn Monroe


"Não me alimento de quases.
Não me contento com a metade.
Não serei sua meio amiga e nem te darei meu quase amor.
É tudo ou nada.
Não existe meio-termo."

Mulher boazinha - Martha Medeiros



Qual o elogio que uma mulher adora receber?
Bom, se você está com tempo, pode-se listar aqui uns setecentos:
mulher adora que verbalizem seus atributos, sejam eles físicos ou morais.
Diga que ela é uma mulher inteligente, e ela irá com a sua cara.
Diga que ela tem um ótimo caráter e ela decorará o seu número.
Fale do seu olhar, da sua pele, do seu sorriso, da sua presença de espírito,
da sua aura de mistério, de como ela tem classe:
ela achará você muito observador.
Mas não pense que o jogo está ganho:
manter o cargo vai depender da sua perspicácia
para encontrar novas qualidades nessa mulher poderosa, absoluta.
Diga que ela cozinha melhor que a sua mãe,
Fale sobre sua competência, seu senso de oportunidade,
seu bom gosto musical.
Agora quer ver o mundo cair?
Diga que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha.
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,
cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,
crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas,
enquanto íamos alimentando um desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil:
somos atrizes, estrelas, profissionais.
Adolescentes não são mais brotinhos: são garotas da geração teen.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Pitchulinha é coisa de retardada.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções,
é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,
apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.

Promessas matrimoniais -Martha Medeiros



Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:
"Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,
amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?"
Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:
- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.

Selo Secreto:

A DOR



E eu sei o quanto vai ser cansativo correr da dor,
o quanto vai ser falso eu ignorar ela aqui no meu peito.
Mas vou correr até a minha última esquina...
Cansei de morrer na vida das pessoas.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

MULHER SENSUAL - Acrósticos - Poemas e Frases - Luso-Poemas

MAJESTOSA



Majestosa e formosa
Uma deusa na terra
Lábios sedutores
Hábeis gestos... delicados
Elegância no andar
Rasgando sorrisos por onde passa...

Subtil
E provocante
Não precisa sequer falar...
Segura de si
Usa o corpo... que rebola
Arrancando dos homens
Luxuriosos e insanos pensamentos...

Oh desgraçada és, por Bruxa Wakanda (Flávia Sexas)


Oh desgraçada
És minha alma
E o amor que te envolve
Mais desgraçado o é
Sofres e te angústias
Mereces tanta dor?

E ao meio dia
Fazes como os parses
E o sofrimento que lhe é destinado
Passará como a primavera

E dançarás com os lindos pássaros
No jardim de Flor Bela

ATLÂNTIDA





Eu vi uma cidade flutuar submersa.
Seus portos, ruas, praças e mendigos soçobraram
Mumificados pelo pó de antigas crenças,
Dogmas, certezas e verdades inabaláveis.

Eu vi tal cidade ser tragada pelo oceano
Qual dejetos capturados no triturador de alimentos
E vi pernas, braços,seios, mãos, dedos, todos cortados,
Fatiados num sinistro salame, banquete de Posseidon.

Eu vi os corpos aos pedaços
Naufragarem cegos, surdos, atordoados,
Claudicando suas dores, arrastando correntes,
Num turbilhão de delírios, convulsões e marasmos.

Eu vi seus habitantes não verem
Que haviam sido devorados, que nada permanecera igual
Pois que tudo de fato pouco se modificara:
Superfície e profundeza igualavam-se no vazio.

Eu vi uma cidade ser tomada pelas trevas,
Iluminada por luzes de neon plasmático.
A meia-noite ser o meio-dia.
Rostos opacos tornarem-se translúcidos.

Eu vi plâncton fértil ser trocado por pílulas multicores;
Amantes, professores, médicos, sacerdotes, por seu simulacro virtual.
A água-mãe em acre vinagre se transmutar
E o pão nosso de cada dia converter-se em pedra.

Eu vi o fim dos tempos - ou o início? -
Vi a Arca da Aliança ser rompida,
Sodoma, Gomorra, Babilônia, Nínive virarem sal.
Ícaro incendiar-se, bola incandescente, rumo ao sol.

Eu vi o Alfa encontrar o Ômega,
O Sétimo Selo ser estraçalhado,
Eros e Tanathos se beijarem em conjunção carnal,
Deus e o Diabo se fundirem no derradeiro Caos.

Eu vi uma cidade flutuar submersa.

Menina na Lua






A menina perdida na lua
Chorava sua solidão astral.
Veio então a Estrela D’Alva
E deu-lhe de presente
Roca para fiar.
A Aurora de róseos dedos
Fios tênues de sol lhe cedeu
Para que com eles ela pudesse bordar.
Então o rosto da solitária menina
Iluminou-se de raios de luar
E ela pôs-se a desenhar
Filigranas, mosaicos, mandalas
E na roca começou a traçar
Tramas, tranças, fios de ouro
Que se multiplicaram, multiplicaram
E longamente se alongaram, formando
Sedosa colcha para se aninhar.
Embalando, aquecendo, envolvendo
Seu frágil corpo tão alvo e gélido
Até que a vistosa malha
Contornos definidos tomou
Emoldurando rosto suave de princesa nórdica
Cujos olhos profundos
Passaram então a velar seu sono conturbado
E a menina pôde enfim voltar a sonhar.

Ophelia






Besta, torta, lá estava eu, caída de amor.
Rubra, rugindo por uma paixão póstuma, antepóstuma.
Ultimato de uma vida sem sentido, demente, brumosa.
Navegava sobre os alicerces sólidos de minha neurose,
A única base em que jamais ousei firmar meus dias lúgubres.
Ao nocaute de meu ego por meu superego sou levada.
Flutuo agora, austera, dona da verdade
Esvaída de meu sangue anêmico traído por minhas entranhas.
Tiraram-me os pés com que pisava o chão.
O útero, os sentidos me foram sedados.
Esbravejo, mas nenhum som vem à minha garganta...
A qualquer momento posso desabar
Mediante um estalar de dedos:
O estalar de dedos da deusa egípcia,
Rúnica, maia, asteca ou hindu a que chamam morte.
Quatro cartas não mas mostrou o Tarô.
Um a um na manga do jogador mais ousado
Adormeceram os ases, a Roda, a Torre, os
Namorados, o Diabo, ou o Enforcado?
De se as desvelar não é chegado o tempo.
Oh! De quantas vidas precisarei
Para decifrar o código cuja chave se
Recusa a abrir meu parco entendimento
Esbugalhado pelo álcool, pelo tabaco, pelo absinto?
Calo-me e me pergunto quantas vezes
Inda terei de morrer para que se cumpra o destino.
Sarcófago displicentemente jogado ao Nilo sou.
Algas cianofíceas emolduram-me o
Rosto pálido e aturdido de
Esfinge que se perdeu em
Seu próprio labirinto.

A BÚSSOLA DE OURO







Onde estás, alma desgarrada, que não me respondes?

Em que vão da memória, em que beco do passado te escondes?

Vago pelas ruas, deambulo insone, insana

E, como no pesadelo que me assombrava,

Passas por mim e eu, no ônibus que não pára, te perco.

Seguimos direções opostas, diversas.

Tergiversamos.

Combalida, enfraqueço: dôo-me toda.

O pulso é fraco, a respiração, débil.

Quem posso ser sem a minha alma?

Fragata ébria a soçobrar na correnteza de esgotos

Sem capitão, sem mastro, sem ratos, sem rastros?

Como posso ser o móbile solto no furacão

E ir em frente?

Não vou.

Empurram-me. Enxotam-me.

Sem minha alma não passo de zumbi errante,

Autômato sem luz, sem brilho, sem força.

Urro, berro, choro, grito, clamo:

-"Volta!"

E nem a pedra fria de meu túmulo me responde.

PANDORA





Ingrata Pandora, por que foges de mim?
Que motivos tens para me desprezares?
Que prazer mórbido sentes em me tratares assim?
Não te apiedas nunca de meus pesares?

Sou eu,teu Epimeteu,
Aquele a quem seduziste com longas pestanas,
O que já se foi,partiu,morreu.
Do peixe bíblico não sobraram nem as escamas.


Na caixa que trouxeste só sobrou a esperança
Aprisionada, nua, sem vestes,
Doce engodo de deuses cruéis.
Por que não me honras com essa contradança
E me deixas atirar-te de vez a meus pés?

A Górgona





A morte me ronda
Me espreita funesta
A morte me sonda
Me quer na sua festa.

A morte circunda
Com fauces vorazes
A morte me inunda
Com dedos audazes.

A morte acompanha
Minha triste sina
A morte abocanha-
Me desde menina.

A morte assombra
Aos moços e aos velhos
A morte é uma sombra
Em meu epitélio.

A morte levou-me
Pai, filho, avós
A morte secou-me
Em quentes anzóis.

A morte é certa
Derradeiro algoz
A morte liberta
Deus, vela por nós.

Diabólico Festim





Me perdi só, tonta e cega, em teus braços
De nossa valsa restou nem compasso
Tuas cartas e fotos eu amasso
Queimo ervas para esquecer teu abraço
E tudo se funde e confunde em mim.

Tento encobrir com kajal meu fracasso
Bebo chá pra esconder meu cansaço
Mas quando sonho, acordo é em teu regaço
E me aquece teu olhar de mormaço
Naufrago em teus cabelos de sargaço
E afundo e me inundo num mar sem fim.

Meu sofrimento e a dor eu amordaço
Junto armas e teu rastro em vão eu caço
Cavo olheiras, nos olhos, o inchaço
Lágrimas secas gelaram-se em aço
Toda fagulha de amor eu rechaço
Tranco a casa e da arma há o estopim.







Vim, extenuada, por tantos caminhos,

Tijolos amarelos, esmeraldas pontiagudas,

Sempre trazendo em meu peito sozinho

Uma chama, um pedido de ajuda.


Vim, cambaleante, por tortas estradas,

Portos abandonados, barcos sem cais,

Camas baratas e eu, sem morada,

Ouvindo ao longe o clamor do "não mais."


Vim, e nem sei por que insisti,

Muitos bares,bodegas, shows e quermesses.

Por muito, muito pouco, quase desisti

E talvez sábio teria sido se o fizesse.


Mas, Pandora nos dita a sina:

Tonta fui e abri o cofre,

O que carrego desde menina,

Aquele por que toda gente sofre.


Dentro dele, quieta, só havia

A me espreitar, me cercar, malsã

-E sei que em sonhos já a via-

A triste e falsa esperança vã.

BODAS DE PAPEL






“Um dia ele chegou tão diferente”... Sim. Mas há quanto estava essa diferença? Fazia tanto tempo que ela nem podia dizer. Só descobrira um pouco tarde demais que corpos frios não tornam a se aquecer depois de inverno rígido e severo. Corpos frios são mortos. Cadáveres. Pouco ilustres...
Quando a luz dos olhos se torna névoa é porque a catarata não tarda. Para catarata de amor não há laser. Não há explicação. Um dia Ele se vai e você fica como? Você fica. Atolada na areia movediça de seus pesadelos. O Amor voa, liberta. A Si mesmo. Não a você. A você ele a tem prisioneira, mofada, úmida, gosmenta. Atirada ao covil de suas feras domésticas, ao covil de seu lar despedaçado. Nunca refeito, nunca composto.
Não há saída. Só há Jobim. Não importa a quem você ame ou quem sonhe amar. O gozo do encantamento será sempre esmigalhado pelas rugas causadas por um sol inclemente e real. De um sol que a tudo vê.
Quando o desejo se vai, ele não volta. Se voltar, não é desejo: é outra coisa. Outro simulacro de ilusão. “Cortemos os pulsos”! “Cortemos os pulsos”!, dizem as navalhas sem fio, as gillettes e os Gilles imprestáveis.
E se a morte nos for a única realidade? E se já estivermos mortos sem o saber?
Deveria ser proibido por Lei Divina sentir essa dor. A dor da partida, a dor da perda, a dor de arrumar o quarto do filho que já morreu. A dor de se pressentir a partida. A dor de ser rejeitada. Das mãos que “estão muito frias”. No fundo, é nojo. Nojo do toque. Minhas mãos devem estar sujas. Cortemo-las, pois. Minha língua há de saber à saburra causada por cigarros baratos e em minha saliva reside a borra dos garrafões de vinho adocicados e com prazo de validade vencido.
Não desperto mais desejo. Mas o Desejo me desperta, me atiça, me instiga. Me faz olhar o fundo do poço e querer mergulhar, eu que nem nadar sei, para ver se finalmente encontro a mim e a minha paz.
Ele finge ressonar profundo, Finge não saber do fim iminente. Dez meses, dez anos, não há data. “Nosso dia é todo dia”. Logo, nenhum dia. Já não há mais dias, Hesíodo. Só o trabalho estéril. A falta de fruto.
Outra semente já dorme em seu coração. Loura? Sabe-se lá. Cabelos lisos? Provavelmente. Mais jovem? Certamente. Queria fincar uma estaca em seu coração e aos dois matar. Mas não pode. Falha a mão. Fala o Amor mais alto.
A semente faz com que ele prefira o vazio na cama à presença dela. A seu corpo quente que se resfria. O sorriso dela paralisa-se em esgar de horror.
Ele vê televisão, sente frio, está com sono. É preciso sentir saudade. Ela sente o sal na carne viva de sua feridas abertas. O celular está sem sinal, o dektop pifou, a conta bancária, vazia. Que dor! Que dor! Que dor! Deve ser muito covarde para ainda não ter se matado. Ou tão inerte que nem isso sabe fazer. E se já estiver morta em vida? Se for apenas um zumbi?
Ele ronca. Ela se rói.

VOTIVA




Qual vela votiva em altar pagão
Consumo-me noite e dia e o meu penar
Esvai-se em lágrimas negras e rubras.
Sangue e morte entremeando-se em estranho pulsar:
Arrítmico, oco, bradicárdico coração.
Espero apenas que venhas e me cubras
Com a mortalha que teci nas noites varadas,
Aquela que dilaceraste ao fechares-me a porta.
Cerze-a, cola-a, remenda-lhe os pedaços esparsos,
Espalhados ao léu, à chuva, atrás de teus passos.
Resssuscita meu coração, inda que a marteladas
Para que eu possa dar meu último suspiro antes de morta.

QUICKSAND (Luz... Porto)






“A gente se cansa de ouvir: ‘Eu te amo” e depois ter de trocar duas vezes a mesma obturação.” Enquanto lavava o rosto para afastar o cansaço, já quase crônico pregado à sua alma desesperançada, ela pensava na frase dita em “off” pela amiga.
Sim, ela também estava cansada. Não de visitas ao dentista; na verdade, não de visitas médicas. Cansada de chorar, de lutar contra o inevitável. Cansada de estar sempre errada, de ter um discurso “vazio”, de falar, falar e não dizer “nada”. De relevante.
Cansada de ter se rebelado tanto, trilhado outros caminhos para, no fim das contas, se descobrir na mesma cela de onde nunca saíra. Cansada de ter acreditado em renovação para voltar ao mesmo ponto inicial da profecia e fazer, ela mesma, cumprir o destino imposto sem dó ou piedade pelas muitas mãedrastas que tivera.
As águas não tão cristalinas do encanamento velho misturaram-se às poucas lágrimas que ainda rolavam dos olhos mais que ardidos e inchados, mas o importante é que refrescavam-lhe a tez.
O choque da água gelada contra o corpo quente da noite pouco dormida acordava-a, mas não completamente. Os músculos tensos ressentiam-se das agressões sofridas e clamavam por água morna, óleos e massagem.
Mais uma vez fracassara. Ingenuamente ou apenas cega pelas sombras de seu fértil inconsciente, tentara novamente salvar uma alma, em última análise, a sua alma já destinada ao fogo do Inferno desde os dois anos de idade. Mantinha a crença tola dos que acreditam em contos da Carochinha de que, se vencesse uma batalha invencível, se conseguisse se fazer amada por alguém duro, empedernido, que a desprezasse, teria alguma chance de salvação.
Apegou-se a esse alguém de forma doentia e desesperada, como náufrago em alto mar se agarra a qualquer tábua, desprezando os muitos pregos enferrujados que acabariam por envenená-lo. Bebeu a água contaminada do pântano em que fora criada e à qual se acostumara como quem bebe champanhe. Água pura, da montanha, até trouxera de reserva em galões fictícios dos seus poucos momentos de vislumbre do paraíso. Mas era como água benta: não dava nem para encher um cálice de licor.
Burra! Armou novamente o laço, foi atrás do mesmo tipo de aranha caranguejeira e deixou-se enredar, isto é, fez da teia sinistra o seu sudário.
Tudo isso, quem sabe, para provar à família, a Deus (?), a Jeová, sei lá, que era boa filha, boa gente, boa cidadã, boa devota, boa cristã. Deixou-se estuprar, ou melhor, estuprou-se e violentou-se das mais variadas formas: auditiva, visual, emocional, táctil, espiritual. Viveu, encarnou mais uma vez a protagonista do peculiar “Dogville” e saiu andando com coleira de ferro amarrada a uma mó de moinho que arrastava pela cidade. Só se esquecera de que não tinha pai gângster, não tinha nem mais pai nesse plano. Ficou só no desejo remoto de metralhar a todos, sem exceção, da forma mais impiedosa e fria possível.
Como não era herdeira nem “bem casada”, nem sustentada por ninguém, além de seus próprios fantasmas, engoliu em seco, beijou sua gatinha, encheu-se de maquiagem e força para poder trabalhar.
No caminho, percebeu-se só. Só de uma forma tão visceral e definitiva que até doeu. Como Macabéa, ela também se doía muito, porém não havia aspirina que desse jeito.
Ao constatar a solidão, sempre tão presente, veio-lhe à lembrança o sonho recorrente (sozinha ela podia sonhar à vontade, podia se regalar de tanto sonhar): todos iam embora ao crepúsculo, ela via a noite desabar sobre a ladeira e ficava presa à casa como a mãe infeliz de “Os Outros”. Pensou num romance policial que lera: “É sempre noite” e num verso composto por sua mãe, imagem recorrente na obra desta: “Quem sabe , morrerei um dia à hora do crepúsculo?Só que no sonho ela não morria. Nunca. Ou talvez como Tântalo viesse a morrer de sede num Hades gélido. Cada vez que aproximasse as mãos em concha da boca, a água do rio lhe escorreria por entre os dedos, tal qual a vida, zombeteira, sempre lhe fizera.
Tentou emergir da areia movediça em que se atolava. Nada! À sua volta transeuntes passavam, pessoas passeavam com seus cães domesticados em coleiras, carros buzinavam, ambulantes ganhavam seu sustento e terceirizavam seu trabalho. Viu um mendigo estatelado no chão imundo dormindo em frente à Leopoldina, enquanto trabalhadores e estudantes apressados quase tropeçavam nele. Olhou de novo e lá estava sua alma despedaçada fazendo companhia ao sem-teto: alma gentil que te partiste e te ofereceste, dócil, como jantar aos grandes peixes. Os grandes peixes não te quiseram e te desprezaram. Apodreceste sem que tivesses alimentado a um só verme desta terra.
Sentiu-se um tanto capenga, esquizofrênica, sabe-se lá! Parecia que sofrera um derrame ou que fora vítima de um acidente que a fizera perder um braço e uma perna. Sem o membro oposto a lhe fazer par, o membro sobressalente oscilava e o corpo todo perdia o equilíbrio, ficando à mercê do vento como um desses estúpidos bonecos de posto de gasolina.
Chegou ao trabalho em cima da hora e quis crer que não lhe notavam o cansaço. De fato, tão ensimesmados estavam os colegas e aqueles a quem atendia que nem lhe deram atenção. Uma das faxineiras, de enceradeira em punho, lançou-lhe um olhar inquisitivo, como a lhe perguntar: “Mas que diabos aconteceu, afinal?”
Lutou bravamente contra o sono que lhe entorpecia o corpo e a mente. Precisava dormir. Se acabar de dormir. Babar no travesseiro e tudo o mais. Desligar o telefone, a campainha, o interfone, tudo! E acordar para sair à noite, ir a bares – com que dinheiro?-, a shows, sozinha mesmo. Andar a esmo, deambular pela cidade ( e se o coração lhe disparasse, qual cavalo brabo pelos campos? E se o terror a assaltasse por inteiro, paralisando-a?)
Deveria usar óculos escuros, alegando irritação na córnea para que o chefe não a visse cochilar no expediente. Tinha de esconder a depressão ( ou que nome aquilo tivesse. Vida, talvez?) da mesma forma que as olheiras. A máscara deveria ser pesada para que não a vissem (e os olhos perscrutadores da faxineira?). Para que a deixassem ficar e ganhar o seu sustento e o de sua gatinha.
Súbito uma nuvem pesou-lhe sobre as pálpebras. Impossível resistir. Sentara-se, então, a um canto isolado do escritório, protegido por estantes, onde poderia fazer as revisões com tranqüilidade. Foi mais forte do que ela: cochilou. De forma intermitente. Sonhos esparsos entrecortaram sua baixa vigília. Dormiu sentada e desconfortável. Mas dormiu profundo até que as colherinhas de café com que jamais medira sua ternura chamaram-na de volta. Despertou e foi arrastada para o vórtice de seus temores. A janela aberta chamava-a. Atendeu ao apelo e, enfim, mergulhou.
Não, não estava só. Seu pai e seus avós a esperavam, à mesa do lanche com o pão quente e o miolo separado.
Sim, o sol estava se pondo...

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